A arte da Guerra

Resenha crítica: A arte da administrar uma organização

Nara Maria Müller

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TZU, Sun: A Arte da Guerra: Porto Alegre: LP&M, 2000.

A arte da guerra é um livro recomendado para estudantes na área de Administração ou para quem pretende empreender ou melhorar o desempenho estratégico de sua organização.

Trata-se de um manual de guerra, cujo autor: Sun Tzu protagoniza um general chinês que, por ter acumulado inúmeras vitórias em sua vida, tornou-se uma espécie de guru de príncipes que desejavam vencer seus inimigos. Se Sun Tzu existiu de verdade, não se sabe ao certo. Talvez seja fruto da imaginação do seu criador. O que se sabe é que a obra tem sido lida e relida por muitos CEOs e pessoas que detêm o poder de administrar suas organizações.

Ao reler o livro depois de vários anos desde que deixei os bancos da faculdade, consigo perceber as atitudes de Sun Tzu em várias pessoas com quem já convivi e que exercem papéis de liderança e comando.

Ao longo de treze capítulos, Sun Tzu ensina as estratégias que levam todo o qualquer general (ou gestor) à vitória em suas “guerras”, ou, por que não dizer: na conquista dos objetivos organizacionais.

Uma das lições mais conhecidas talvez seja a de que devemos conhecer a nós mesmos e aos nossos concorrentes a fim de que alcancemos nossos objetivos. Vejam o que diz Sun Tzu:

“Conhece teu inimigo e conhece-te a ti mesmo; se tiveres cem combates a travar, cem vezes vencerás. Se ignoras teu inimigo e conheces a ti mesmo, tuas chances de perder e de ganhar serão idênticas. Se ignoras ao mesmo tempo teu inimigo e a ti mesmo, só contarás teus combates por tuas derrotas.” (p. 41).

Na arte da guerra, como na arte de conduzir uma organização ao sucesso, é preciso ser astuto, conhecer as pessoas com quem trabalha e suas principais competências para usá-las adequadamente, no momento certo. Assim fala Sun Tzu:

“Lembra os nomes de todos os oficiais e subalternos. Inscreve-os num catálogo, anotando-lhes o talento e a capacidade individuais, a fim de aproveitar o potencial de cada um, quando tiveres oportunidade.” (p. 50).

Outra lição importante de Sun Tzu é a de que um general precisa controlar seus impulsos, não deixando-se levar pela ira. Chamamos isso de inteligência emocional.

“Um general que não sabe se controlar, que não tem império sobre si, e se deixa arrebatar pela ira ou pela cólera, será ludibriado pelos inimigos. Estes o provocarão, lhe armarão mil emboscadas que sua irascibilidade impedirá de reconhecer, e nas quais infalivelmente cairá”. (p. 85).

Manter a disciplina, qualificar a equipe, ter em mente que quantidade de colaboradores não é garantia de vitória, são também lições encontradas no livro: A arte da guerra. É importante, sim, que a liderança seja forte, amável, mas rigorosa.

“Digo que deves amar todos os que estão sob teu comando como se fossem teus filhos. Entretanto, não os transforme em crianças mimadas”. (p. 110).

Sun Tzu também traz lições de otimismo quando sugere que se deve acolher o que é positivo e rejeitar o que não é bom.

“Se os adivinhos e os astrólogos do exército predisseram boa fortuna, acata seu oráculo. Se falam de forma obscura, interpreta bem. Se hesitam ou não dizem coisas vantajosas, não lhes dês ouvidos, ordena que se calem”. (Sun Tzu, A arte da guerra, Porto Alegre: L& PM, 2000, p. 123).

Por fim, parece que Sun Tzu, o grande artista da guerra aprovaria nossas atitudes de divulgar nossos sucessos e nossas alegrias e ocultar nossas derrotas nas redes sociais:

“Alardeia todas as vantagens, mas oculta cuidadosamente a menor perda”. (p. 131).

É claro que por ter sido escrito como um manual de guerra, o livro traz recomendações aplicáveis, apenas a tal realidade. Algumas orientações de Sun Tzu não me pareceram tão aplicáveis e nem tão éticas quanto deveriam. Um exemplo é quando ele sugere que o general não exponha seus planos aos seus subordinados. Para o protagonista, o general deve guardar seus planos mais estratégicos somente par si. Se os seus soldados conhecem o que lhes espera, o general terá mais êxito na mudança de rota, caso ela venha a ser necessária.

Recomento a leitura e a releitura do livro e desejo que aproveitem com inteligência as orientações de Sun Tzu.

 

 

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