Conhece-te a ti mesmo

Conhece-te a ti mesmo: usando a autoanálise para turbinar resultados no trabalho e na vida

Nara Maria Müller

Quando se inicia um processo de coaching, a primeira coisa que se faz é oferecer meios para que o coachee (cliente) consiga identificar sua essência, seus medos, seus sonhos. Conhecer-se a si próprio é, para muitos, a parte mais difícil de um processo em busca dos seus sonhos e objetivos.

Quem assistiu ao filme “Matrix” deve se lembrar da cena em que o protagonista, Neo, vai encontrar o Oráculo – e uma das primeiras orientações que recebe é, exatamente, “conhece-te a ti mesmo”.

Nos meus treinamentos e aulas de pós-graduação, as perguntas que buscam desvendar quem são e como são os alunos costumam ser respondidas com algo como “que perguntas difíceis para uma sexta-feira à noite (ou sábado de manhã)”. Meus leitores, coachees e alunos, em geral, consideram esse “conhecer-se a si mesmos”, como um grande desafio a ser enfrentado, um mistério a ser desvendado.

Em artigos anteriores, já desafiei os leitores a buscar esse autoconhecimento, listando pontos fortes e possibilidades de melhorias, descrevendo o que gostam ou não de fazer.

Há outras maneiras de conhecer a si próprio? Certamente. Existem bons testes de personalidade, e em breve, compartilharei um deles para que vocês possam se conhecer melhor. Aguardem!

AUTOBIOGRAFIA

Hoje eu quero que você reveja aquelas listas que escreveu, apontando seus pontos fortes e fracos, o que gosta ou não de fazer… Analise seu perfil de liderança e escreva sua autobiografia.

Uma autobiografia pode ser completa, descrevendo tudo o que aconteceu na sua vida, desde o seu nascimento (esse é o tipo que em geral acaba sendo publicado em livro) ou baseada em tópicos que retratam momentos especiais de sua carreira profissional. É a este segundo tipo de autobiografia que estou me referindo.

Escreva seu nome, idade, dados pessoais – aqueles dados que constam no currículo vitae, lembra? Em forma de texto corrido ou em tópicos, descreva:

  1. Como você foi criado (o que seus pais e irmãos ou parentes mais próximos faziam para ganhar a vida).
  2. Fale da cidade e do bairro onde você se desenvolveu e dos amigos que conheceu.
  3. Descreva a primeira escola, a primeira professora, mencionando onde se formou nos ensinos Fundamental e Médio.
  4. Fale dos cursos e estágios que realizou.
  5. Se for o caso, conte sobre a faculdade que escolheu e concluiu.
  6. Fale das pessoas que influenciaram ou influenciam a escolha da sua carreira – seus chefes, colegas nas empresas onde trabalhou…
  7. Descreva que exemplos você segue.
  8. Diga o que as pessoas falam sobre você, sobre as suas competências e impertinências e, de tudo isso, o que você assume como verdades a seu respeito.
  9. Por fim, analise se você se conhece bem ou se é um estranho vivendo um dia de cada vez, sem expectativas, sem consciência daquilo que a sua história pode lhe mostrar.

STEVE JOBS E OS PONTOS QUE SE CONECTAM

Steve Jobs, num famoso discurso de formatura em Stanford, falou da importância de se “conectar os pontos”. O fundador da Apple disse que tudo que aconteceu na sua própria vida, mesmo aquelas coisas que pareciam insignificantes, tiveram alguma influência no que ele acabou se tornando profissionalmente. Suas palavras, ao final dessa abordagem, foram “os pontos só se conectam em retrospectiva. Por isso, é preciso confiar em que estarão conectados no futuro”.

Escreva a sua autobiografia e aprenda a conectar os pontos para que seu trabalho e sua vida façam sentido!

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